Porto Alegre Em Cena

29 agosto 2012

Certamente, Luciano Alabarse sabia que só tinha a ganhar com suas declarações no caderno de apresentação do Em Cena 2012.
Ele sabia que se sua balela fosse engolida a “fera” estaria vencida. Sabia, também, que se fosse refutado, estaria “em cena”, “dando ibope”.
Cônscio disso, prefiro fazê-lo brilhar, ainda mais, refutando seus argumentos.

“Há um tipo de frequentador do Em Cena que acha que tem o direito a entrar nos teatros do festival sem pagar.”
Provavelmente, isto seja verdade. Há gente de todo o tipo. Mas, não se pode colocar estas pessoas no mesmo saco daquelas não podem pagar R$80,00 ou mesmo vinte, por um espetáculo.
Sobre o dinheiro público destinado ao Em Cena, ele diz: “…verba orçamentaria que hoje banca apenas um quinto do seu orçamento.” – Por que não se faz um Em Cena cinco vezes menor, então?

Parafraseando Ariane Mnoucknine, ele brada: “a arte não é, e nunca foi democrática”. Pois bem, é justamente, aí, que queremos a DIFERENÇA.

O Em Cena, parece-me, foi criado na intenção de fomentar a cultura da cidade. E à época, sua proposta era trazer grandes espetáculos a preços acessíveis, já que teatro é caro, por aqui e não era tão abundante, em meados de 1993…. pelo menos, a propaganda feita a respeito do Em Cena era esta, mesmo que seus idealizadores tivessem outra idéia.

Em 2010 eu comprei cerca de vinte ingressos para os espetáculos…. comprei porque durante muitos anos eu estive na “Fila dos Sem”. Todo ano, eu comprava alguns ingressos do Em Cena, ganhava outros de amigos ou de pessoas que tinham sobrando e assistia outros espetáculos de graça na “Fila dos Sem Ingresso”. Quando eu tive dinheiro para comprar ingressos, fiz questão de comprar!
E eu comprei vinte ingressos para cerca de doze espetáculos. Os demais, presenteei alguém que foi comigo, ou DOEI na frente dos teatros, para quem estava por ali (como eu, anos atrás) na “esperança” de entrar.

Em 2011 eu ia fazer a mesma coisa, quando deparei-me com ingressos a CINQÜENTA REAIS!!! Que palhaçada é essa? Perguntei-me! Decidi que NÃO assistiria NENHUM espetáculo do Em Cena, PELA PRIMEIRA VEZ em dezoito anos!!! E conclamei muitos a fazerem o mesmo, em protesto. Não dei UM real ao Em Cena e não convidei NINGUÉM a dar mais um que fosse.
Este ano, deparo-me com ingressos a OITENTA REAIS!!! Os mais baratos, custam R$ 20,00. Bom, eu já sabia que o Em Cena tinha virado um show para elite, mas quando li o texto agressivo do Luciano, atacando “seu” público, o mesmo público que levou o Em Cena aonde ele chegou, isto me irritou, sobremaneira.

Outro “benefício” que me angustia é a “pré-venda”, a venda pela Internet. Este é outro instrumento malígno de elitismo. Todo mundo tem acesso à internet? Todo mundo tem conta bancária e pode/sabe fazer transações online? O Festival nem começou e o povo não pode comprar um ingresso. Não me oponho à idéia de que exista uma cota de, sei-lá, vinte porcento dos ingressos para venda online – isto também ajuda a incluir pessoas que por diversos motivos precisam garantir um ingresso, antecipadamente.

Aí, ele vem dar uma aula de democracia e compara-se a Aristóteles quando diz ter refutado os argumentos “falaciosos” dos inconformados. Parece-me que “falaciosos” são seus argumentos, inclusive o de evocar um morto do século IV a.C para defendê-lo.

Não acho que os espetáculos devam ser de graça (ainda que a idéia seja explêndida, se for possível executá-la), mas não acho que o Em Cena deva ser MAIS UM instrumento servindo às elites. Tudo bem, Luciano Alabarse entende que o “Em Cena” é dele e que sendo assim, deve servir a quem “ele” quiser e não ao povo porto-alegrense e demais pessoas “comuns”.
Seu objetivo é criar uma festival grandioso “broadwayano” e não um festival de teatro democrático e popular. É um direito que ele tem de desejar e lutar por seus desejos. Apoio-o neste sentido.
Mas também é desejo de uma população e de pessoas que fizeram o Em Cena ser o que é, graças à sua participação enquanto público, enquanto divulgadores e fomentadores, que este festival seja, cada dia mais abrangente! Que ele vá até o povo, à medida que consiga atrair o povo para os espaços de exibição. E isto só será possível com ingressos a preços acessíveis e com a venda efetuada na bilheteria dos teatros.

Que imagem a TV mostra?

29 julho 2012

-Por que as cenas tórridas das novelas e cinema são sempre com os artistas “bonitos”, segundo o padrão vigente?
-Atrizes que fazem cenas de sexo na TV e cinema são prostitutas [Já que recebem por tal traballho]?
-Ser prostituta é “errado”?
-Se eu fosse ator, não veria problema em protagonizar uma cena, assim, caso achasse válida para o trabalho em questão…. alguém questionaria se eu seria “prostituto”?

Esse questionamento surgiu pq vi uma foto da tal Bruna Linzmeyer e fui descobrir quem era…. caí num site com videos dela em cenas de uma novela…. há no site, diversas cenas tórridas ou sensuais de cinema.
Assisti vários videos…. notei, especialmente, que as cenas brasileiras são as mais ‘verdadeiras’; Enquanto os filmes estrangeiros mostram cenas bonitas [ou não] de nhémnhémnhém, as NOVELAS [que veicúlam na TV aberta para todo o povo brasileiros, inclusive crianças e adolescentes] mostram cenas da “coisa, mesmo”… o bicho pegando.
Nenhum problema com a realidade! [isoladamente, parabéns aos brasileiros]…. mas há dois problemas, aí:
1 – Enquanto o mundo fica de firula e o Brasil `manda vê`, os estrangeiros olham pra tudo isso e {hipocritamente} acham que nossas mulheres são “terríveis” – porque iludem-se de que as suas sejam aquelas `donzelinhas` de seus filmes.
2 – A maioria das cenas estão atreladas a contextos problemáticos (relações de poder e dinheiro) e não, exatamente, à contextos de paixão e amor verdadeiros {que, naturalmente incluem cenas bem mais tórridas do que é possível veicular em qualquer TV ou cinema comum}.

Mesmo, aqui, as pessoas preferem acreditar no que “é para elas acreditarem” do que acreditar na realidade. Assim, aqui também acontece, como vejo no noticiário internacional, das pessoas se escandalizarem ao saber da conduta sexual de alguém – geralmente, dos políticos ou outras celebridades.
“Escandalizam-se”, mas não deixam de assistir a novela e comprar o ingresso ou o DVD do filme.
“Escandalizam-se” para que o vizinho os veja escandalizados… porque, no fundo, fazem a mesma coisa ou muito mais (ou desejariam fazer), mas sabemos que todo o resto é natural e saudável, se as partes concordam e sabem por quê estão agindo assim (sejam elas, quantas partes forem).

Não acho que as cenas sejam escandalosas ou de mau gosto! Acho de maior mau gosto, algumas cenas de nhémnhémnhém (que poderiam ser suprimidas da fita)…
O que eu acho é que elas, muitas vezes, não são necessárias. Na verdade, nas novelas, elas deveriam NUNCA aparecer…. não para gerar uma hipocrisia de que sexo é feio ou errado, mas porquê a realizadde do Brasil é de que a maioria dos “lares” não tem como isolar as crianças do local onde está a TV. E os próprios “responsáveis” pelas crianças, não têm noção do que pode e do que AINDA não pode ser exposto a uma criança. Também sabemos que o brasileiro não tem “educação sexual”, como ele vai dar educação sexual para os filhos? Como ele vai saber quando e o quê os filhos podem presenciar?
E como ele vai saber isso, se a novela não trás sinopse das cenas por capítulo!?

Eu sei, estou chovendo no molhado. Todos sabemos (ou deveríamos saber) que a Globo (e outras emissoras, também) quer é VENDER. E para isso, produzem as melhores cenas de sexo com as mulheres mais lindas, desde sempre. Porque isso vende. Mais uma vez, não acharia problema se mostrassem um casal que se ama, construindo uma vida a dois, trepando enlouquecidamente e depois saindo pra trabalhar…. [ainda que questione a necessidade disso, numa novela]. O problema, maior está no contexto das coisas.

Mas, são raras as pessoas que entendem isso. E desta parcela que entende, mais raras as que farão qualquer coisa. A maioria, nem mudar o canal vai. Quiçá desligar a TV.
Um dia estava almoçando num restaurantezinho, no meio da tarde, e passava a reprise de uma novela da Globo….. e as cenas “impróprias” estavam lá! Cenas que foram liberadas para a novela “das oito”, estavam ali, às duas da tarde, ou algo assim.

Mas, quem vai peitar A TELEVISÃO brasileira? O Brizola já se foi… e agora?

Contradição.

6 julho 2012

Uma de minhas palavras favoritas.
Mas, sobre o que vou escrever, embora pareça contraditório, não me parece!
Sempre escrevo usando de pseudo-paradoxos… antíteses, ao menos.

Gosto de liberdade. Falando, estritamente, de relacionamentos conjugais. Mas, veja: isto não significa que não possa ou não queira estar com uma única pessoa.
Acontece que eu desejo que ambos tenham liberdade de escolha. Isto significa estar livre para ir-se a hora que bem entenda, como também significa estar livre para ficar ou voltar quantas vezes se queira.
Várias mulheres com quem me relacionei (ou relaciono) insistem em achar que, se às deixo livres, significa que não às deseje unicamente e para sempre! Isto não é verdade. Ainda que não seja mentira. Qualquer mulher com quem me relaciono está sob a iminência de “prender-me” para todo o sempre! Basta que isto seja o desejo de ambos. Ambos, eu falei. Algumas não querem. Ok. Mas, àquelas que apreciam a idéia, falta-lhes compreender que para eu elegê-las a “última” ou a “única” (como outrora elegi minha ex-esposa), basta que nossa história seja bonita e cresça!

Não pode ser um contrato. Não pode ser uma obrigação. Não pode ser fruto de uma angústia. Deixe-me “em paz”! Convide-me para sair… convide-me para ficar. Aceite meus convites. Recuse-os quando quiser. Sejas tu, mesma! Tenha sua ocupação, seus compromissos, seus amigos, sua própria diversão… deseje estar comigo quando queira e não se zangue quando eu não puder (eu também não me zango quando tu não podes). Entenda que “poder”, aqui pode ser em função de outros compromissos ou da vontade, simplesmente. Se eu te convido pra sair, tu podes me dizer: “-Não posso” ou “Não to afim” – eu não vou perguntar “por quê?”. E não quero ouvir um “Por quê?” quando eu disser “não quero” ou “não to afim”.
Se alguém não pode ou não quer, de que adianta o outro ficar enchendo o saco?
Eu não quero que tu saias comigo se tu não tava afim, antes! Ou se pra isso tu vais ter prejuízos de qualquer natureza. Não. Eu só te quero ao meu lado, quando isto for de tua inteira vontade e não te cause prejuízos.
É lógico que vou adorar se tu matar a aula ou o serviço pra estar comigo…. desde que tu tenhas perfeita consciência do que estás fazendo! Porque, algumas vezes, eu também deixo compromissos “sérios” para VIVER… mas EU – e, somente, EU – sei quais conseqüências eu vou encarar. E penso que contigo deva ser do mesmo jeito.

Experimente ser feliz ao meu lado! Experimente ser feliz ao meu lado quando estiveres ao meu lado!! E quando não estiver, seja feliz de outra forma! Quando ficar feliz ao meu lado passar a ser o mais interessante pra ti, regozija-te ao estar ao meu lado! Ofereça-me o teu ser! Até enquanto isto for bom pra ti! É, exatamente, isto que eu faço, sempre!!!

Se agires assim, talvez um dia percebas que estamos fazendo isto juntos há dezenas de anos! Talvez descubramos que estamos fazendo isto, apenas, um com o outro, há algum tempo…. Mas, só porque foi assim e não porque “resolvemos” que deveríamos ficar, exclusivamente, um com o outro.

Pra mim, parece tão simples e lógico. Por que tanta gente complica? Por que tantas outras são superficiais nesta troca, só pq não houve o “contrato”?

Eu vou continuar doando-me por inteiro em cada segundo!!
Eu vou continuar fugindo de quem tiver medo/insegurança de “não ser tão interessante” pra mim.
Eu vou continuar me apaixonando por pessoas seguras de si e que sabem aproveitar os momentos quando os momentos estão acontecendo.

E viva a felicidade de cada um!

Marcha das Vadias

29 maio 2012

Neste domingo, dia 26/05/2012, aconteceu a “Marcha das Vadias” no Parque Farroupilha (Redenção) em Porto Alegre, RS. O mesmo protesto aconteceu em outros locais, senão no mesmo dia, com pequena diferença de data [há notas explicativas no fim da postagem].

Tal protesto desencadeou uma série de comentários nos veículos de comunicação, nas redes sociais e no boca-a-boca, diário – objetivo atingido: visibilidade.
Acontece que tais comentários estão carregados de desinformação e preconceito, ainda que, felizmente, hajam os belos comentários de compreensão e apoio.

No rastro da Marcha, vão os que reivindicam o seu direito natural de vestir-se como bem entendem, mas também vão os que querem mais do que isso: querem igualdade. E este “querer mais”, é o mínimo que se pode querer!!!!!!
Todos somos humanos. Todos temos que ter os mesmos direitos – embora, saibamos que ainda não temos!!.

É necessário entender que as pessoas podem vestir-se como desejarem, sem que isto possa ser tomado como desculpa para externar ‘nossas’ doenças! O que vemos (ou fingimos não ver), diariamente, são doentes aproveitando-se de um “senso comum” (completamente descabido) de que mulher vestida com roupas curtas ou transparentes são “vadias” (com o sentido de puta, prostituta, etc…) e, valendo-se deste “conceito”, tomam não sei de onde, o direito de agredir estas mulheres. Esta agressão vai desde um simples assobio, passando por profusão de palavras ofensivas, contato físico, seja passando-lhes a mão, agarrando-as, esfregando-se nelas, até golpes diversos com o intuito de machucá-las ou matá-las, incluindo o estúpro!!!
Mesmo que estas mulheres fossem “vadias”, isso não seria motivo para agressão de qualquer tipo. Se não te interessa relacionar-se com vadias, também não te diz respeito controlar suas vidas, quiçá, sua morte!!!

Se achas vulgar, certa maneira de vestir de outrém e alegas que isto é mau exemplo para teus filhos, educa, tu mesmo, teus filhos com bons exemplos. Não jogue a culpa de tua incompetência educacional no modo de viver dos outros. Por que não vais ao Planalto agredir os políticos corrúptos? Por que não sobes a favela para agredir os traficantes? Porque, na verdade, isso tudo é falso! Na verdade, és um covarde que deseja causar mau ao mais fraco. Não queres que os outros tenham uma vida “decente”, queres tu, externar teu desejo de agressão, teu desejo de estuprar, tuas baixezas de todo tipo, e usas como subterfúgio, este “senso comum” condenatório aos que se apresentam desta ou daquela maneira.
Este “senso comum” que aceita a agressão contra os iguais, é herança de práticas como as da Inquisição, onde o “bem” podia matar o “mau” e estes dois conceitos eram definidos por uma instituição específica, não pelo verdadeiro senso comum.
É herança, também, das práticas exercidas na Ditadura Militar, tão recente em nosso país e cujas cicatrizes continuam muito vivas no corpo e na alma de diversos brasileiros – até a Presidente do país leva esta memória, o que nos demonstra o quão presente é este espectro malígno.

Enquanto as pessoas “de bem” (verdadeiras), não abrirem os olhos para estes detalhes, elas estarão ingenuamente (mas não, inocentemente) colaborando para a perpetuação destes crimes, desta doença, deste espectro, deste medo, desta dor. Abram os olhos, os que são bem intencionados, e percebam que seu silêncio diante dos crimes, sua tolerância diante das “piadinhas” e assovios, sua condescendência com a repressão aos que tem um viver diverso dos seus, são na verdade, mecanismos colaboradores para a eterna podridão! Embora deva-se pensar em TODAS as pessoas, se isso lhes é difícil, pensem que daqui há pouco pode ser uma mãe, uma irmã, prima, filha, amiga de vocês que pode ser vítima de um bandido, de um doente, que se aproveita deste silêncio e deste “senso comum”.

Conclamo-os a usarem a razão, o raciocínio, a percepção. E não, apenas, isso; conclamo-os a engrossar o coro dos que reivindicam! A dar voz às tuas angústias! Exponha o que te incomoda e busca esclarecimento! Busca auxílio para entender por que alguns estão gritando!!! Busca auxílio para poderes gritar também!

Só a união é capaz de triunfar!

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Notas:

A Marcha Das Vadias ou SlutWalk (em inglês, marcha das putas), teve orígem em Toronto, no Canadá após a declaração de um policial, daquela cidade, de que as mulheres poderiam evitar estúpros se não se vestissem como putas. Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/SlutWalk
Tal afirmação desencadeou um protesto, onde as pessoas declaram e reivindicam que suas roupas, sua maneira de vestir, não justificam crimes, quiçá, tamanha violência como um estúpro.
Usando uma lógica irônica, adotaram a palavra “slut” como estandarte do protesto, afirmando que vestir-se deste ou daquele jeito, não lhes faz “putas”.

Em português, optou-se pelo uso do termo “vadia”, que na linguagem popular significa “mulher de moral duvidosa”, embora, segundo o dicionário Priberam:
vadio |à|
(latim *vagativus, vagabundo)adj. s. m.
1. Que ou aquele que não tem ocupação ou que não faz nada. = OCIOSO, TUNANTE, VAGABUNDO
2. Que ou aquele que não gosta de trabalhar ou de se empenhar. = MALANDRO

Links:

Marcha das Vadias Porto Alegre:
http://marchadasvadiaspoa.tumblr.com/

Página do grupo destinado a organização da Marcha das Vadias em Porto Alegre:
https://www.facebook.com/groups/175759745880

A genialidade de cada um!

26 abril 2012

Todas as invenções não existiam, antes [ipso facto];
Todas as invenções humanas foram inventadas por humanos [outro ipso facto], logo, o foram pela capacidade humana!
Todas as contestações humanas, ante certezas e conhecimentos anteriores, tidas, hoje, como “certas”, também foram feitas por humanos e, logicamente, pela capacidade humana (de percepção, de raciocínio…);
Desde minha infância que eu tenho estas premissas, de forma subconsciente. Ou seja, nunca às tinha formulado assim, mas elas compunham uma percepção que SEMPRE esteve comigo e que lhes direi, em seguida, não antes de lembrar que “humanos erram” (aliás, por isto os contestadores, muitas vezes descobrem/revelam, novas certezas).
Se “quem disse” era humano, logo, qualquer humano pode contestar e há uma hipótese desta constatação estar correta, mesmo que toda a ciência, até então, diga o contrário!
Muitas certezas de agora só foram comprovadas muito tempo após a morte de quem às formulou, contrariamente, à “sabedoria”, sua contemporânea.

É por este “entender subconsciente” que eu sempre me permiti contestar o que eu quisesse. E sempre que me diziam que eu não podia contestar um “sábio”, um “cientista”, um “gênio”, “Deus”, quem quer que fosse, eu sempre inquiria: Por que, não?

Muitas vezes eu declarei (e continuo a fazê-lo) que se eu suponho alguma coisa, não adianta o mundo e sua ciência sub-quântica, ou os deuses me dizerem que é de outro jeito! Eu vou aceitar, sim, que, POR ORA, a “realidade” conhecida seja esta ou aquela, mas me resguardarei o direito de continuar supondo que minha idéia é que é a mais adequada.

Não siginifica que eu vá continuar pensando assim, sobre todas as coisas… eu tenho a humildade de aprender sempre, de aceitar o conhecimento alheio, sempre que ele me parecer adequado.
Mas, se não me parece adequado, eu não o aceitarei.
Pelo menos, não como verdade última. Posso aceitar como verdade condicional.

E eu acho que falta isso em muitas pessoas.

Desde a infância, eu não entendia por que as outras pessoas achavam que Einstein tinha que estar certo e eu não {eu nunca contestei Einstein, foi só um exemplo de efeito}.
Quando falamos da concepção de universo, por exemplo. Religiosos alegam que é de um jeito, físicos alegam que é de outro, quando eu alego que há de ser de um jeito todo diferente de ambos, alguns acham graça e não me dão ouvidos.
Sempre lamento, por eles.

Desde que me lembro de minha consciência, tenho pra mim que não há nada que invalide a hipótese de eu ser um gênio.
Não fiz nada para ser considerado gênio. Nem pretendo fazer. Mas, entendo que como todos os gênios, eu também sou humano e, portanto, estou sujeito às mesmas leis misteriósas que os fizeram ser gênios. Se é a estrutura cerebral ou um “dom” mágico, não sei… mas eu posso ter um ou outro, ou ambos.
Também tinha consciência de que o planeta deve ter nascido inúmeros gênios que nunca foram descobertos!
Deve ter existido (e, neste exato instante, deve existir) milhares de gênios que não fizeram nada de genial!!!!
Zilhões devem ter morrido, cedo ou tarde, sem que ninguém soubesse que eram gênios!!

Por que o povo em geral, crê que os gênios são aqueles que se tornaram conhecidos.
Não conseguem perceber que, na verdade, aqueles “conhecidos” é que eram gênios.

Minha idéia de trabalhar com psico-pedagogia, vem desta época… de minha pré-adolescência… na época eu não sabia que existia um nome pra isto, mas eu já observava que algumas pessoas eram geniais e outras, não apenas, se julgavam incapazes de ser gênios, como não criam que ao seu lado, pudesse estar um gênio.
E percebia que isto era, no mínimo, uma falta de segurança. Daí percebi que era necessário fomentar nas pessoas esse germe da auto-confiança.
Mas, vejam! Ser auto-confiante e ter consciência de que TALVEZ se seja um gênio, é MUITO diferente de ser arrogante. Afinal, arrogância, pra mim, é um enorme sinal de burrice. O sujeito arrogante é um cara que acha que saber, ter ou ser “mais” do que os outros, lhe confere alguma vantagem que sobrepõe-se aos demais. Logo, ele sente-se ameaçado pelos demais, já que precisa comparar-se. Logo, ele é “menos”…. é, psicologicamente, fraco.

Eu nunca quis ser “mais” coisa alguma do que quem quer que fosse. De fato, percebi ao longo da vida que algumas criaturas é que são “menos” do que eu, não por minhas virtudes, mas, por suas falhas, que por algum motivo, eram piores que as minhas.

O que eu achei que era necessário difundir entre as pessoas é um estado psíquico em que o indivíduo entenda que o que ele pensa “pode” ser o ‘verdadeiro’, mas que, por este mesmo “pode”, também o entendimento dos demais, pode ser o ‘verdadeiro’. E este entendimento tem que fazer com que os indivíduos aceitem, não apenas que podem estar errados, como certos, mas, também, que podem existir diversas ‘verdades’, segundo a concepção de cada um!
Por fim, estando as pessoas seguras neste entendimento, não mais sentindo-se ameaçadas pelas demais, elas possam compreender que para um convívio produtivo é necessário acordar (no sentido de acordo) sobre as verdades que se tomarão por “certas”, naquele momento, agindo de acordo com isso e SEMPRE procurando expor suas ‘verdades’ aos demais, por mais loucas que sejam, afim de que todos tenham informações e idéias suficientes para repensarem e, talvez, reconceberem a ‘realidade’ e as ‘verdades’ universais! Com vistas às descobertas e ao desenvolvimento!!!! Nunca com vistas a dar razão a um ou outro. As verdades são da humanidade!!! E eu aceito que os outros animais, os vegetais, minerais e quaisquer outras formas de vida e (não)vida, contribuam para estas verdades “maiores”! É preciso ter a mente aberta para o absurdo, sem perder a noção do que é tido como “normal”. Do contrário, se é tido como louco, deslumbrado e, pior do que ser desacreditado (pq, afinal, eu não estou nem aí pra o fato de alguém não entender o que eu penso e digo, mesmo que este alguém seja todo o resto da população do planeta) e internado numa clínica!

Quotidiano

22 outubro 2011

Tenho lido, pela internet, vários textos semelhantes ao que vou escrever abaixo. Eles querem transmitir uma idéia, uma informação, até…. mas falham pela mesmice, pelo preconceito, pela incapacidade de ir além. As pessoas sentem uma determinada coisa e logo querem rotulá-la, definí-la, “ajustá-la”… não se contentam em sentir. Os textos de que falo, tratam de um sentimento que anda assolando muita gente por aí e, em resumo, chamam a atenção para algumas belezas de relações estáveis e das relações monogâmicas. O que os torna insuportáveis, repugnantes, cansativos, nojentos, derrotistas e enfadonhos é que sempre são escritos descrevendo casais héteros e super-esteriotipados: mulheres dona-de-casa versus homens relachados, bêbados e fanáticos por futebol. Quando leio tais textos, tenho a impressão de que se trata de um texto de “auto-ajuda”, dizendo que “se tudo deu errado”, talvez o melhor seja agüentar uma merda de relacionamento e achar tudo lindinho. Eu morro de nojo e horror! Mas eu entendo de onde vem esta tentativa de falar sobre um sentimento… assim, cansado desse fracasso literário-comportamental alheio, resolvi dar uma mãozinha e escrever um texto que fale da mesma coisa, sem ser estúpido, retrógrado, derrotista, asqueroso ou conformista. Lá vai:

 

Uma parte

 

Chegou em casa, jogou tudo no sofá e foi direto pro banheiro lavar as mãos e o rosto com água fria…. olhou-se no espelho e apreciou a beleza da imagem… do sorriso, dos olhos de expressão tranqüila…. reparou que nem é um rosto tão fascinante assim, mas que é fascinante por ser o seu rosto! Ficou feliz por saber que existe alguém que pensa a mesma coisa sobre esse rosto…. ou até exagere um pouco mais! Foi pra cozinha saciar a angústia…. achou um bilhete sobre a mesa (por que não me mandou um SMS? – pensou)… ficou decifrando aqueles hieróglifos…: “- Báh! Não fiz nada que tu pediu, sorry… mas tem aquele pudim que tu adora, na geladeira! =D Beijos. Te amo!” …sorriu. -Tu não tem jeito, mesmo!

Pegou o pudim (hmmmm…), um copo de leite e sentou-se à mesa… ficou ali saboreando aquele “manjar dos deuses” (não era como seu amor se referia à sua macarronada quatro queijos?)… Enquanto saboreava o manjar e o leite gelado refrescava seu interior, tentava lembrar há quanto tempo repetiam-se certas coisas… de como era engraçado o jeito com que esta pessoa, sempre ‘escapava’ de suas broncas…. que tantas vezes pareciam ser provocadas de propósito – e, afinal, eu também não faço a mesma coisa?

 

A outra parte

 

Entrou sorrateiramente (já passava da 1h da manhã)… encontrou todas aquelas coisas no sofá… fez um sorriso torto e emitiu um “- tsc, tsc… Tu não tem jeito, mesmo!” …repetiu os mesmos movimentos que horas antes sua cara-metade fizera, de forma mais destrambelhada, é fato… deixando a margarina destampada, a torneira pingando… depois, entrou no quarto…. escorando-se no marco da porta, pôs-se a observar em silêncio…. admirou a beleza daquelas formas, metade sob o lençol, metade expostas maravilhosamente à meia-luz! Sentou-se delicadamente e passou a acariciar aqueles cabelos, cujo cheiro, algumas vezes, lhe vêm à mente, durante o trabalho e lhe deixa em devaneio…. tocou aquele rosto com as costas do indicador, deslizando de vagar…. aqueles lábios… depois foi beijando a testa, o rosto, o pescoço e foi-se deitando… se encaixando… “-vamos dormir de conchinha?” – lembrou da voz! e riu.

 

As duas partes

 

Que bom sentir este corpo quente, agora, no meio da noite… depois de um dia longo de trabalho, de tanta hipocrisia, mediocridade e superficialidade da sociedade moderna…. depois do peso do capitalismo, da globalização, do consumismo exacerbado, da lutas por não se sabe o     quê… de todas as provas e demonstrações de “sucesso”, recebidas e forjadas neste jogo chamado civilização…. que bom não ter que provar nada, só agora! Só por algumas horas, não precisar ser mais forte, mais inteligente, com maior poder de sedução…. não ter medo de ser “si”! Poder, por alguns instantes, desfrutar com alguém do simples prazer de estar…. mesmo que amanhã se tenha que fazer perguntas, se tenha que dar respostas, se tenha que fazer o que não foi feito, fechar as torneiras, guardar o que ficou no sofá…. saber que nada disso importa, que se o mundo terminasse, agora, só esta “conchinha” teria valor!

 

Este texto pode ser lido por qualquer pessoa…. pode tratar-se de duas mulheres, dois homens, um casal hétero… podem ser jóvens, podem ser adultos ou velhos…. podem ser de raças e crenças diferentes… podem ser PESSOAS, simplesmente. Simplesmente curtindo curtir com alguém. Não precisam vestir uniformes de homem ou de mulher, nem de nada. Sentimentos humanos são passíveis de humanos, independente de sua diversidade!

Ciclos²

21 outubro 2011

Como eu disse…. à uma seqüência de desgraças, sempre há de se suceder uma nova seqüência de graças.

Ante-ontem, começou meu ciclo reverso. Atendimentos de informática que renderam alguma grana, cinema, encontro com amigos, solução dos últimos problemas que a moto apresentava, conserto da injeção eletrônica do carro… e (o mais legal de tudo) retorno ao Projeto PESCAR!

Engajei-me com a função de orientar uma empresa “Júnior” do Pescar, na área de marketing e vendas. Não é lá, minha área de especialização, mas, afinal, eu sou um vendedor nato! =D Sempre vendi, pelo menos, idéias! E sempre fui um excelente vendedor nos locais que trabalhei com isso. Marketing, precisei fazer o meu durante o tempo que não fui empregado de ninguém, ou melhor dizendo, durante o tempo de autônomo.
De qualquer forma, mais do que o simples marketing, acredito que posso contribuir fortemente para o posicionamento profissional dessa galerinha. Já são mais de vinte anos lutando no mercado de trabalho… enfrentando crises econômicas, mudanças de planos e moedas, mudanças culturais que impactam no consumo e nas relações comerciais, luta contra o preconceito por eu ter cabelos longos e barba… sutilezas e grosserias, as mais variadas. Experiências com várias áreas de trabalho, da manufatura à indústria, dos serviços aos produtos mais técnicamente específicos…

Que venham as novas graças, agora! =D

Ciclos

16 outubro 2011

A vida é feita de ciclos…. vão e vêm, ininterruptamente….
Agora, estou sob um ciclo de desgraça. Tão conhecido!
Tudo vai dando errado com toda a harmonia da merda geral. Um fluxo bonito e contínuo… um acontecimento nefasto atrás do outro. Um balet gracioso de desditas e infortúnios… um espetáculo lindíssimo de desgraças… pequenas, minúsculas, contínuas… e outras maiores ou até gigantes! Uma beleza sem fim!
Ahhhh! Tanto já encenei esta coreografia!!! Tanto já dancei este balet!!! Sinto até um êxtase com tanta merda!! Uma certa felicidade vai se apoderando de mim…. primeiro, pelo quão conhecido é este ciclo!!! {muito mais conhecido do que os ciclos de bonanza}… segundo, pq já estou acostumado com a desgraça, de tal forma, que ela já não me causa grande horror… só um cansaço: “-Puta que pariu, tu de novo? Ok, ok, sente-se aí e desfrute de minha energia e meu azar, à vontade.” Terceiro, pq como tudo é cíclico, em seguida virá o ciclo bom. E quanto maior for o fundo da merda que eu mergulhar, tanto mais alto será o ápse que eu atingirei no movimento inverso. Portanto, que venha a merda mais fedida… que venha a desgraça como vier…. foda-se o mundo!
Se eu sobreviver (e sempre há a possibilidade de não sobreviver), então, a recompensa há de ser grandiosa. Nem que seja a simples recompensa de olhar pra desgraça e dizer: “-Viu? Não adiantou nada. Continuo aqui e seguindo adiante. Perdeste teu tempo, desgraça! Eu vou SEMPRE seguir adiante.”
Alguma hora, isso vai acabar.

Difícil entender?

18 setembro 2011

Escrevo bastante… penso muito mais… expresso uma boa quantidade de idéias, verbalmente… oralmente.

Não sou compreendido…. alguns entendem parte do que digo… bom, falo específicamente sobre minhas idéias sobre relacionamentos.

Digo e, de fato, entendo assim, que as pessoas são livres; que não me preocupo se uma possível cônjuge tiver necessidade de outras aventuras… e nem se ela decidir ir-se com outra pessoa…. mas em nenhum momento eu disse que gosto disso.

Apenas entendo que de nada adianta eu pensar diferente. A realidade é como é.

Deixar-te livre não signfica desvalorizar o teu ser. Ao contrário, valorizo-te ao ponto de respeitar tuas escolhas.

Aceitar que experimentes outras sensações não é menosprezar-me. Ao contrário, é confiar muito em mim mesmo, ao ponto de crer que tu não encontrarás ninguém mais interessante.

É claro que eu preferiria que tu te sentisses satisfeita comigo. Mas a vida é feita de momentos e a cada momento, os humores podem mudar, as razões, etc…

A única coisa que exijo é “consideração”. A ÚNICA! E esta palavra é difícil de compreender… Tenhas consideração quanto ao que faço por ti, quanto ao que sinto por ti, quanto ao que coaduno contigo, ante teus sonhos, desejos, anseios, medos, metas e objetivos!

Quando estiveres comigo, sejas inteiramente minha (mesmo que seja só por algumas horas);

Quando tiveres algo importante para compartilhar, faça-o comigo;

Quando tiveres dúvidas, medos, necessidades de qualquer ordem…. procure-me;

Jamais tente “pensar por mim”… ao invés disso, questione-me! Antes de procurar outra pessoa para fazer algo que tu julgares que eu não quereria fazer contigo, pergunte-me se naquele momento eu não estarei a fim. Se eu não estiver, então podes procurar outra companhia…

Se achares que falhei, avise-me! Esclareça.

Diga sempre o que pensa e por quê.

Tudo pode ser entendido em diálogo. Talvez se entenda que o melhor é separar-se, talvez seja o ajuste. Mas o diálogo conduz à sinceridade, ao mais alto grau de confiança. E diante da sinceridade tudo pode ser reordenado. Diante da falsidade, da mentira, NADA pode ser feito. NADA. Jamais minta pra mim. Ao invés de mentir, diga que não quer falar sobre o assunto. Se tu mentires, NUNCA mais poderei acreditar no que dizes. NUNCA MAIS.

Talvez uma mentira gigantesca, seja necesária em algum momento… mas eu jamais tolerarei uma pequena mentira. Coisas pequenas não justificam mentiras. Mentiras gigantescas hão de ter uma explicação complicadíssima, compreensível, talvez. Talvez.

Do eterno não saber….

29 julho 2011

O mundo das relações é complexo.
Sim, a graça, muitas vezes está aí. Mas, o fato é que tantas vezes julgamos que alguém espera/almeja algo e, no entanto, não era nada daquilo.
Sim, sim, eu já sei… não devemos preocupar-nos com o que, supostamente, a outra pessoa deseja…. temos que expor nosso desejo, sinceramente e ficar abertos para a reação alheia.
Não é adequado “proteger” o outro de nossas intenções… nem esperar do outro o que gostaríamos. Precisamos oferecer e depois de receber, ser claro quanto à satisfação… ser claro com o que seria-nos feliz! Ou com o que pensamos que seria-nos feliz. E deste diálogo, depreender um caminho.